terça-feira, 26 de julho de 2011

O que é necessário para que o aluno aprenda?

O que é necessário para que o aluno aprenda? 
(baseado no texto de Celso dos Santos Vasconcelos)

“ O processo de aprendizagem humana é extremamente complexo. É uma construção que vai por aproximações sucessivas, visando a sínteses cada vez mais elevadas”.
 
De acordo com as contribuições da epistemologia dialética, da psicologia histórico-cultural e da dialética libertadora para que o educando aprenda, é necessário:
·        Ter capacidade sensorial e motora, além da capacidade de operar mentalmente;
·        Ter conhecimento prévio relativo ao objeto de conhecimento;
·        Ter acesso ao objeto de conhecimento (informação nova);
·        Querer conhecer o objeto;
·        Agir sobre o objeto e expressar-se sobre objeto.

  

Capacidade sensório-motora e capacidade de operar mentalmente.

  • Somos um corpo, que participa de várias formas do processo de aprendizagem;
  • Os sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) são canais de comunicação com o mundo;
  • A capacidade de operar mentalmente relaciona-se como lidar, trabalhar com as representações mentais que o sujeito já tem, bem como transformá-las (re) criá-las;
  • Levar em consideração os estágios de desenvolvimento humano (Piaget, 1978; Wallon, 2008; Vygotsky, 1995);
  • Deve ficar claro que todo o ser humano tem essas capacidades em algum nível; portanto todo o ser humano pode aprender. Tais capacidades são os elementos infraestruturais do processo de aprendizagem humana (condições fisiológicas, neurológicas e psicológicas.



O conhecimento prévio


  • O conhecimento novo é construído no sujeito do seu conhecimento anterior/prévio/antigo (seja para ampliá-lo, seja negá-lo, superando-o). Não se cria a partir do nada; ninguém conhece algo totalmente novo (Piaget, 1978).
  • Para chegar a um conhecimento novo, o sujeito precisa recorrer a conhecimentos anteriores a ele relacionados (memória). Precisa ter estrutura de assimilação para aquele objeto.


Acesso à informação

  • Para que o conhecimento do sujeito é preciso que ele tenha acesso às novas informações. Os objetos podem ser apresentados diretamente aos alunos ou por meio de alguma mediação.
  • A mediação desempenha um papel muito importante no processo de aprendizagem.




Querer

Podemos ter muitas denominações para o querer, embora nem todos com o mesmo significado: motivação, mobilização, interesse, curiosidade, vontade, desejo, necessidade, afetividade, emoção, disposição epistemofílica, intencionalidade.

  • a “eleição” do objeto (a rigor, do ente destacado no meio de tantos outros, que assim se torna objeto de conhecimento);
  • o rastreamento e o trazer ao nível consciente/pré-consciente as representações mentais que o sujeito já tem e que, alguma forma, estão relacionadas ao objeto de estudo;
  • a manutenção do vínculo com o objeto de conhecimento.
 
Agir

  • O objeto oferece resistência à ação do sujeito, obrigando-o a modificar-se para poder explicá-lo (busca de sentido). Não adianta o sujeito estar em contato com o objeto se não atuar sobre ele.
  • Tal ação do sujeito pode ser, em termos predominantes, motora, perceptiva ou reflexiva.
  • Ação deve ser intencional;
  • Para captar as relações de constituição do objeto, o sujeito precisa analisá-lo, “decompô-lo” (física e/ou mentalmente) em suas partes constituintes, sem, no entanto, perder a dimensão do todo.
  • A imitação, o mimetismo, pode ser uma estratégia para iniciar a aprendizagem, porém, ao longo do processo, deverá ser superada.


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